6 de setembro de 2011

Preparação Física de um time no Campeonato Brasileiro


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Vamos falar um pouco de preparação física....

Para se fazer um planejamento físico em um grupo heterogêneo procura-se identificar (nivelar) o condicionamento de todos, trabalhar as valências físicas pertinentes à posição e ao sistema de jogo utilizado e elevar durante todo um período esse nível, de forma que se atinja o ápice físico dentro do planejamento traçado pela comissão técnica. É impossível manter um nível competitivo e intenso durante 7 meses de competição.

Geralmente funciona assim: o preparador físico divide o ano competitivo, identifica a competição alvo e planeja o macrociclo em período base ou pré competitivo (que na verdade, apesar de ser pré competivo pode existir na competição), período competitivo e períodos de transição ou destreino, e dentro desses períodos tem fases de baixa intensidade, média intensidade e alta intensidade.  Se for mantido em alta intensidade na carga de treinamento, durante toda competição, 30%, 40% do grupo estará lesionado.

E não é só isso. Com o passar do tempo, o "cansaço" vai se acumulando. Quanto mais preparado fisicamente é uma pessoa, mais rápida é a recuperação de um estímulo, ou seja, mais rápido o cansaço vai embora. Lógico que temos que levar em consideração, para ter um bom condicionamento físico, trabalho x alimentação x descanso.

Por exemplo, uma atitude extremamente simples e que ajuda muito na recuperação após um esforço máximo, ou seja, um jogo, é o atleta não sair sem fazer uma alimentação visando repor carboidrato, acelerando assim a reposição da energia gasta no jogo, melhorando consideravelmente a forma que ele se apresentará no dia seguinte para o treino regenerativo. É inevitável, principalmente para os atletas solteiros, que após o jogo eles procurem alimentações rápidas acompanhadas de bebidas, que ao invés de repor, acabam aumentando a desidratação. Após um jogo isso pode não fazer diferença, mas após 10,15 rodadas posso garantir que dará um efeito negativo absurdo. (O Botafogo, por exemplo,  adota essa medida e nenhum atleta é liberado do vestiário antes da janta em jogos dentro de casa. O jantar é servido dentro do vestiário)

Então, galera,  se os jogadores não estão com o mesmo vigor físico em todas as partidas de forma igual, não é complô contra o Luxemburgo. Simplesmente o cansaço chega para um ou outro jogador em épocas e fases diferentes. E dependendo do jogador e do tipo do jogo, pode influenciar diretamente no resultado do jogo.  Ah, esqueci de falar: o condicionamento físico, confirme eu expliquei aí em cima influencia DIRETAMENTE no rendimento técnico do jogador. Entenda-se como rendimento técnico a parte de passe, controle de bola, chute e combate ao adversário.

Faça um teste em casa: Assine seu nome em um papel. Após isso, pegue uma bola de tênis e aperte repetidamente umas 30 vezes e assine novamente o seu nome.  Você verá que o músculo apresentando fadiga após um esforço não consegue manter a coordenação fina do movimento.

Então, quando um atleta erra um passe no final do jogo ou chuta pra fora, não é porque ele boicota o técnico, o clube ou a torcida. Na fadiga, muitas vezes o que o cérebro quer fazer nem sempre o músculo consegue realizar de forma correta. Jogadores não são máquina. E, ainda se fossem, poderiam dar defeito.

Entendeu por que o técnico do time não faz igual a um monte de gente que acha que entende de futebol? Entendeu por que quem vive do e no futebol não corneta e nem trata com deboche ou revolta um erro tanto quanto quem assiste e acha que entende como os caras que lá estão?


Obrigada ao Christiano de Carvalho, profissional de educação física, treinador de goleiros do júnior do Botafogo que me ajudou na elaboração desse texto.
Espero que você tenha gostado desse texto.
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