14 de março de 2013

Afastamento da torcida do Flamengo dos estádios é culpa da TV?


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Flamengo x Resende Engenhão com pouco público (Foto: Richard Souza)

Lembro-me da final do campeonato de 1992, o titulo que transformou o Flamengo no Primeiro Penta do Brasil. Em 1992, os jogos não eram transmitidos para as cidades onde ocorriam. Era uma forma de garantir o estádio cheio para o jogo. Então, tive que ir para o escritório aonde minha mãe trabalhava, aonde tinha uma antena que passava a Rede Bandeirantes de São Paulo para assistir o jogo ao vivo. Hoje em dia, não se tem mais isso: as tvs abertas e fechadas (tv por assinatura) passam jogos e mais jogos, como se não houvesse amanhã.

Nessa época aí, em 1992, a bilheteria dos jogos era uma das principais fontes de rendas dos clubes e desde então há um migração dessa renda de jogos para o que a televisão paga para os clubes. Quem comemorou o Flamengo ser o clube que a Rede Globo mais dá grana de televisionamento, tem que ter em mente que eles pagam, eles exigem. Eles decidem quais os jogos que vão passar na TV, que tem que ter uma adequação de horário para caber na grade de programação. Não existe mais aquela história de não passar o jogo para a cidade do jogo, porque eles escolheram assim. É mais interessante eles terem a audiência de quem poderia ir ao jogo. Geralmente, o torcedor local é uma audiência garantida do que torcedores de outras cidades. E o que o clube ganha independe de público no estádio. O direito da TV, o dinheiro que entra no clube, é o mesmo.

Aí eu te pergunto: qual é o interesse do Flamengo em levar torcedor para o estádio, se a grana da TV está garantida? Eles fazem a previsão de recebimento com a grana da TV, trabalham com isso e pronto. Para eles, num planejamento anual, não deve fazer diferença rendas de certos jogos no Carioca. E deve ser por isso que, há muito tempo, a torcida do Flamengo vem sendo afastada dos estádios além dos preços são surreais para a familia frequentá-los, tem o conforto da TV para contra-balancear.

É um assunto para discussão, para se pensar e levantar outros aspectos, eu sei.

O que não dá para se conformar é com o afastamento da torcida do Flamengo dos estádios. E não me venham com essa histórinha que é porque é o Engenhão. Não caiam nessa!

Vou repetir: o Flamengo sem a torcida é um Botafogo com passado vitorioso.
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2 comentários:

  1. Não acho que o problema seja da TV ou da falta de craques ou do fato dos jogos serem no Engenhão. Como exemplo, dê só uma olhada nos públicos do Flamengo em alguns jogos do Carioca de 1981 atentando para das datas:

    FLAMENGO 4 X MADUREIRA 2
    Local: Maracanã - Rio de Janeiro
    Data: Quinta-feira, 28 de Maio de 1981
    Juiz: Luis Carlos Felix;
    Renda: Cr$ 758 200,00
    Público: 3.489
    Gols: Baroninho 18, Nunes 24, Antônio Carlos 35 e Wilson 42 do 1º; Nunes 13 e 27 do 2º
    Cartão Amarelo: Wilson, Esquerdinha e Júnior
    Flamengo: Cantarele, Nei Dias, Rondinelli, Marinho e Júnior; Leandro (Júlio César), Carpegiani (Lico) e Zico; Chiquinho, Nunes e Baroninho. Técnico: Dino Sani
    Madureira: Gilson, Pedro Américo, Celso, Rogério e Jorginho; Antônio Carlos, Wilson e Esquerdinha (Caneco); Fernandinho, Chiquinho (Jorge Demolidor) e Édson. Técnico: Jorge Pereira.


    FLAMENGO 3 X OLARIA 0
    Local: Maracanã - Rio de Janeiro
    Data: Quinta-feira, 17 de Setembro de 1981
    Juiz: José Carlos Moura;
    Renda: Cr$ 717.950,00;
    Público: 4.954
    Gols: Mozer 15 do 1.º; Adilio 12 e Nunes 44 do 2.°;
    Cartão amarelo: Manicera, Lulinha, Paulo Ramos e Leandro
    Flamengo: Raul, Carlos Alberto, Leandro, Mozer e Júnior; Andrade, Adilio e Zico (Chiquinho); Tita, Nunes e Baroninho. Técnico: Paulo César Carpegiani
    Olaria: Hilton, Paulo Ramos, Salvador, Mauro e Toninho; Manicera, Lulinha e Jairo; Revelis (Leandro), Pituca e Nunes. Técnico: Renê Simões


    FLAMENGO 4 X OLARIA 0
    Local: Maracanã - Rio de Janeiro
    Data: Quarta-feira, 7 de Outubro de 1981
    Juiz: Cláudio Garcia;
    Renda: Cr$ 901 350,00;
    Público: 6 022;
    Gols: Zico 19 do 1.°; Adílio 27, Júnior 33 e Baroninho 39 do 2.°;
    Cartão amarelo: Pituca
    F1amengo: Raul, Leandro (Nei Dias), Figueiredo, Mozer e Júnior; Andrade, Adílio e Zico (Lico); Tita, Reinaldo e Baroninho. Técnico: Paulo César Carpegiani
    Olarla: Hilton, Marcos, Salvador, Mauro e Toninho; Pino (Omã), Manicera e Lulinha (William); Pituca, Orlando e Nunes. Técnico: Renê Simões

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  2. Pelas fichas acima podemos tirar algumas conclusões:

    1- Naquela época não havia transmissão direta pela TV dos jogos locais. O jeito era ir aos jogos ou ouvir pela Rádio Globo com Jorge Cury e Waldir Amaral. Mesmo assim, o público contra times pequenos era ridículo!

    2- Dado os devidos ajustes de inflação, poder aquisitivo e etc, ainda assim os ingressos eram muito mais baratos em 1981 se comparado com o valor dos ingressos em 2013. Mesmo assim, o público contra times pequenos era ridículo!

    3- Sobre a qualidade do espetáculo. Era, simplesmente, o maior time da história do Flamengo que ia a campo, mas, mesmo assim, o público contra times pequenos era ridículo!

    Então, acho que caem por terra todos esses argumentos de que a TV tira o torcedor do estádio, a violência, o ingresso caro e etc.

    O problema é que o Campeonato Carioca é mal formulado e não atrai o torcedor.

    É mal formulado pela massificação de jogos contra clubes pífios e inexpressívos como Audax Rio, Nova Iguaçu, Quissamã, Resende e etc.

    Não atrai o torcedor pelo motivo acima e também pela fórmula de disputa. Afinal, qual atrativo um sujeito tem pra ir ver Flamengo x Resende, quarta-feira às 22h, num local de acesso ruim e tendo que trabalhar no dia seguinte, sabendo que, perdendo ou ganhando, o Fla estará nas semifinais?

    Nem risco de ser rebaixado o clube tem, pois até o risco de rebaixamento é um fator que atrai o torcedor ao estádio. Resumindo: o Carioca é absolutamente sem graça!

    O Campeonato Carioca perdeu o charme que tinha também por causa da massificação de torneios. Em 1981, havia apenas o Brasileirão e Estaduais como competições principais.
    Era raro um clube disputar a Libertadores, mesmo porque o acesso era muito mais difícil, apenas o campeão e o Vasco, digo, vice iam.

    Hoje temos, além do Estadual, Brasileiro, Copa do Brasil, Sulamericana e Libertadores (isso quando a Globo não inventa algum torneio), ou seja, é jogo pra cacete! Assim o Estadual foi perdendo em charme e importância.

    Portanto, o Carioca está ultrapassado. É preciso uma reformulação em seu modelo de disputa que seja moderno e atraente para o torcedor. Mas a questão é que ninguém tem interesse nessas mudanças.

    SRN.

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