13 de dezembro de 2011

Há 30 anos! por Ana Cecilia Basto, a Cissa


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Quem viveu o ano de 1981, sendo ou não Rubro-Negro, sabe que foi um ano Inesquecível!!! Digo isto porque foi neste ano que nós do Time mais amado, o mais bonito e o de Maior Torcida aprendemos a ser vitoriosos e INSUPORTÁVEIS!!!!

Nele eu não comemoraria só meus 15 anos, nele eu seria, num espaço curtíssimo de tempo, menos de um mês, Campeã Estadual, Campeã da Libertadores e Campeã Mundial Interclubes! Entendeu quando disse que tínhamos motivos para ficarmos tão marrentos?

Meus finais de semanas eram divididos entre ouvir nas minhas caixas de som, quase explodindo, o LP da Rita Lee Mutante, ver Baila Comigo e Amizade Colorida, assistir a estreia de dois canais (MTV e TVS(depois virou SBT)), ir ao cinema ver vários filmes, ir a bailes no Clube Guanabara, no Botafogo e Olímpico.

Mas sabe o que não me deixava sair de casa? Dia de jogo do Mengão! Lá atrás, raramente os jogos eram transmitidos pela TV, então o jeito era “Ver o jogo ouvindo a Rádio Globo.” Aliás, era RG, Tupi e Rádio Nacional!!! Dedos nervosos trocando de canal em busca da melhor transmissão.

Confesso que ir ao cinema era muito melhor por causa do Canal 100. Lá era uma oportunidade de me sentir dentro do Maraca. Me explico. Comecei a gostar de futebol com a Copa de 70, que foi a primeira a ser transmitida pela TV. Tinha 4 anos de idade e fiquei encantada com a explosão de felicidade que acontecia com as pessoas quando acontecia um gol!!! Quem me “introduziu” no vício do futebol foi um tio, que logo após esta mesma copa não tive mais contato. Meu pai, alagoano, criado na Bahia e que morava anos no Rio, não gostava de futebol. Aos 10 anos ele faleceu, ficando somente mulheres em casa: eu, minha tia, que era América, e minha mãe, que torcia pro Brasil e pro Flamengo por minha causa. Logo, não tinha quem me levasse ao Estádio. Meu primeiro jogo a assistir no Maracanã foi a despedida do Zico. Neste dia chorei como uma criança, pois foi ele, ou melhor, a geração dele que me fez ser Flamengo. Eu era fanática pelo Mengão sem influência de ninguém. Tinha, posters, revistas, camisas, canecas, tudo do Mengão.

Enquanto minhas amigas tinham posters de atores de cinema ou cantores como o George Michael no Wham, eu tinha nas portas dos meus armários fotos de Zico, Júnior, Adílio, Leandro, Figueiredo e Andrade.

Naquela noite em que fomos Campeões Mundiais, vivi um momento mágico, onde saí com minha com minha mãe após o jogo, de madrugada mesmo e depois de implorar muito, e vi um mar vermelho e preto nas ruas comemorando um título que tinha sido conquistado do outro lado do mundo!

Lembro de ter subido num carro e gritado a plenos pulmões o Orgulho de ser Rubro-Negra. Naquela hora todos comemorávamos e sentíamos a felicidade de ver um time de heróis que, como numa Guerra, tinha Ido, Visto e Vencido! Homens diferenciados que mesmo sofrendo a dor da perda de amigos e mestres como Geraldo e Claudio Coutinho tinham ido buscar a glória nos campos.

Estes mesmos que devolveram, num Maracanã lotado, um 6x0 indigesto num Botafogo que nos chamava de freguês!

Para esta geração de hoje não tem como explicar o que é não ter um jogo ao vivo na TV, mil câmeras em campo, etc... Era um tempo de TV em preto em branco e sem Internet.

Naquele tempo, nossos times iam excursionar na Europa, e o Mengão deu vários sacodes em gringos, antes mesmo de chegarmos a Tóquio. Nossa fama ia sendo construída e, tal qual um Tsunami, íamos como uma onda invadir o Japão e aniquiliar o então todo poderoso Liverpool! O mesmo que ousou dizer não saber quem nós éramos!

Imaginem ouvir através das ondas do rádio, nossos jogadores serem agredidos de forma covarde na Libertadores? Morro de rir quando torcedores de outros times tentam menosprezar nossa conquista dizendo que agora é mais difícil!!!! Só podem estar brincando. Se eles acham que os times são agressivos agora, digo que peguem fotos de como voltaram nossos jogadores de lá! Pareciam lutadores de MMA depois de uma luta de vida ou morte!

O nervoso que nos era passado nas transmissões nos tornaram mais admiradores ainda destes soldados da bola. Qual de nós não sentiu um orgulho imenso do Anselmo(http://www.flamengo.com.br/flapedia/Anselmo) quando este acertou o Mario Soto? Para vocês terem uma dimensão do que representou, Mario Soto jogava com uma pedra nas mãos para agredir aos nossos jogadores! Este nosso anti-heroi foi tão importante que ao fazer este ato vingar a todos nós, ele nunca mais conseguiu brilhar no futebol, mas foi com a delegação para Tóquio, foi Campeão como todos nós e tem um lugar carinhoso em nossos corações.

Aquela explosão de felicidade que ocorrem em 13 de dezembro de 1981 foi única! Foi a consagração de uma Nação inteira a beira de um Time Genial e Inigualável! Homens de um caráter e uma força e união ímpar na conquista de um ideal!!!

No alto dos meus 15 anos eu sabia que estava presenciando um momento histórico! Eu podia dizer que tinha visto o Melhor Time do Mundo jogar!!!

Este time é o único que consigo escalar sem colar: Raul, Mozer, Marinho, Leandro e Júnior. Andrade, Adílio e Zico. Tita, Lico e Nunes. Tinha também: Peu, Figueiredo, Cantarelli, Anselmo, Nei Dias e Baroninho!

No aniversário do Mengão este ano, fui a Gávea como de costume e lá encontrei 2 heróis deste título. Adílio e João Danado Nunes. Vocês não imaginam o nervoso de ter dois ídolos tão próximos e tão acessíveis ao meu lado. A humildade deles é inversamente proporcional a importância que ele tem nas nossas vidas! Me senti de novo com 15 anos, não acreditando que eles estivessem me dando a honra de abraçá-los e tirar fotos ao seu lado!

Penso que existem momentos que conseguimos guardar dentro de nós pelo que representam e pela forma como nos emocionam, nos tocam e nos fazem voltar para ele. É o primeiro beijo, o primeiro amor, a primeira desilusão.

O dia 13 de dezembro de 1981 é um destes momentos! Ao fechar os olhos consigo sentir a mesma alegria, o mesmo nervoso, a mesma taquicardia. Sinto o cheiro e o som dos fogos, o abraço de pessoas que nem sei quem eram! Fico de novo emocionada de lembrar da minha mãe e da minha tia me vendo tão feliz!!!

Elas não estão mais comigo, mas tal qual aquele time estão todos no meu coração! Aquele dia, aquela alegria e aquele amor, como todos os envolvidos nunca sairão de dentro de mim!

As lágrimas que insistem em cair são de Imensa Felicidade! A Felicidade de ser FLAMENGO!

FELIZ DIA 13 DE DEZEMBRO!!!

Ana Cecilia é analista de sistema de TI, integrante do Lulucast, viveu o mundial aos 15 anos, ama o Mengão cima de tudo.
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