>
A desclassificação do Flamengo na Libertadores de 2023 pegou muita gente de surpresa e a mim também. Mesmo sabendo dos problemas estruturais do Flamengo já escancarados em outros vexames nesse ano, mesmo sabendo das dificuldades do time em criar lances de gol, mesmo tendo fé que a energia do CRF no peito esquerdo iria se fazer presente, no fundo, a maioria acha que ia ficar tudo bem.
Muito se fala de diretoria, muito se fala da vonta de jogadores, mas, para mim, a desclassificação tem uma causa vinda do técnico: a falta de espinha dorsal do time. Óbvio que isso não isenta jogadores e diretoria mas eu preciso falar do trabalho horroroso do Sampaoli e ele termina na falta de espinha dorsal do time.
Sei bem que a fama do Sampaoli é não ter os 11 titulares. No futebol atual, até com os jogadores que o Flamengo tem, não acho isso impossível de acontecer. porém, todo o time de esporte coletivo, até os que tem uma troca mais frenética de jogadores em campo/quadra, precisa de uma espinha dorsal, um direcionamento que o Flamengo do Sampaoli não tem.
Se formos falar do jogo posicional, das principais características do jogo, do triângulo de passes com deslocamento, não tem.
Se formos falar de jogadores ocupando sua posição definida, no campo de jogo, não tem. Para deixar exemplos claros na sua cabeça ao ler esse texto, é notório que Gerson e Victor Hugo, cada vez que jogam, estão numa posição diferente.
E esse rodízio de jogadores em posições diferentes faz com que o Flamengo não tenha o mínimo de direcionamento. Me arrisco a dizer que se não tivéssemos em campo jogadores experientes como Everton Ribeiro, Arrascaeta ou jogadores que estão bem no ano como Fabricio Bruno, o garoto Wesley e o Léo Perieira, nossa situação estaria pior. A impressão de terra arrasada seria muito pior. E olha que nem Everton Ribeiro e nem Arrascaeta vem bem como deveriam, mas conseguem sair da correria que o Sampaoli quer implantar sem o mínimo de organização.
O Flamengo não tem uma espinha dorsal titular e isso me incomoda. Incomoda porque eu sei que um time coletivo não performa bem sem isso. Não há time na história dos esportes coletivos que não tenha o time titular jogando os jogos mais importantes, definido num planejamento anterior. Desculpa, mas não há. E o Flamengo não tem essa espinha dorsal.
A impressão que dá é que o Sampaoli escolhe os jogadores aleatoriamente e nem a fisiologia explica. Em outros técnicos, a gente tinha a noção de que fulano ou cicrano estava no limite da lesão mas com Sampaoli não há isso para colocar jogadores em campo. Ou você acha que o Ayrton Lucas estava no limite da lesão para entrar ontem, num jogo corrido, no lugar com Filipe Luis? Com todo o respeito ao cracaço Filipe Luis, o jogo contra o Olímpia não era pra ele.
Sem uma espinha dorsal, é impossível ter rendimento a longo prazo, mesmo com um time acima tecnicamente. Você consegue ganhar jogos, consegue ficar 10 jogos sem perder (para você perceber o tamanho da superioridade do Flamengo!) mas você não consegue ir bem. Os jogadores até resolvem de forma individual mas o time não soluciona problemas. Tem muita gente que fala "mas ele é bem pago pra isso mesmo". E no dia que o" bem pago pra isso mesmo" não estiver bem? No dia que ele não estiver no time? No dia que ele estiver muito marcado?
O Flamengo não é um time que soluciona problemas em campo. Solucionar problemas não é largar a bola no Bruno Henrique e ver o que ele faz, muito menos esperar que o Wesley possa fazer da direita um centro de ataque do time. Geralmente, a solução de problemas no futebol vem com trocas de passes, movimentações direcionadas, um banco que mude as opções que temos em campo e,principalmente, que faça o time jogar melhor. Simplesmente porque os jogadores tem futebol para isso.
Não dá para aceitar que o Pedro não possa solucionar um problema do Flamengo em campo de falta de gols, muito menos que não se enxergue o quanto o David Luiz está mal tecnicamente. Muita gente fala que os jogadores estão de sacanagem. Eu já acho que os jogadores fizeram muito diante dessa zorra que é o Sampaoli sem uma espinha dorsal para direcionar 11 homens em campo atrás de soluções para ganhar jogos.
Na eliminação, a gente pode até falar de quanto Matheus Cunha foi mal, de que não era para colocar Filipe Luis, que o Everton Ribeiro errou tudo que tentou, que o Arrascaeta esteve apagado, que o Gabigol não correspondeu, que o David Luz continua com postura displicente, mas a gente PRECISA, NECESSITA bater na falta, de novo, de um trabalho de um técnico que deixa terra arrasada. Não pela derrota porque o Flamengo não vai ganhar sempre, mas pela forma como o Flamengo não reagiu a ela.
A gente precisa falar da falta de espinha dorsal de um time milionário, com jogadores que deveriam performar mais do que os outros.
A gente precisa falar que, muitas vezes, num esporte coletivo competitivo, muitas vezes nem mesmo os jogadores querendo, eles conseguem solucionar os problemas em campo para dar a vitória ao time.
Nas outras eliminações, a gente até poderia deixar a balança de culpa equilibrada entre diretoria, jogadores e comissão técnica. Dessa vez, não tenho nem dúvida de que a maior responsabilidade é da comissão técnica, que além de não dizer a que veio porque temos um time desorganizado e sem rumo, não conseguiu nem se manter em campo para ver a vergonha que o time passou.
Até a próxima.
Espero que você tenha gostado desse texto.
Segue no Instagram!
Entre no Grupo sobre o Flamengo no Telegram.
Entre no Grupo sobre o Flamengo no Whatsapp.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente, sempre, com educação. Se você é do Twitter, do Facebook ou de outra rede social, deixe o seu contato para que eu possa agradecer.
Ah, não esqueça nunca: UMA VEZ FLAMENGO, SEMPRE FLAMENGO!